terça-feira, 28 de setembro de 2010

ComCultura interage com a Companhia de Teatro Okazajo


O projeto ComCultura visitou mais um grupo cultural de Imperatriz: a companhia de teatro Okazajo, que falou das dificuldades de viver de arte no Maranhão e do amor pelo teatro.

A companhia de Teatro Okazajo vem há oito anos produzindo e encenando penas cômicas e já é sucesso em Imperatriz, mas não pretende parar por aí, a intenção é se aperfeiçoar cada vez mais e mostrar o trabalho em outras cidades.

O diretor-geral do Grupo Rogério Benicio relatou ao ComCultura a dificuldade da formação teatral para o grupo, pois há um grande déficit de cursos de teatro na cidade. “Aprendemos mais com a pratica. Na maioria das vezes foi preciso buscar especializações em outras cidades”, confidencia.

Para manter a produção artística da companhia são necessários esforços de todo o grupo, com ensaios altas horas da noite, depois do trabalho, faculdade, escola. Além da divisão da produção entre os próprios atores que assumem também o papel de figurinistas, roteiristas, criadores de cenário, maquiadores e responsáveis pela bilheteria.

O apoio financeiro à cultura ainda é escasso no município: “A cidade não nos ampara”, diz Whallassy Oliveira, integrante do grupo. Por causa disso, os membros do Okazajo em geral têm outra profissão. Buscam formas de se manter financeiramente para poderem ser atores. Segundo o grupo, as peças teatrais são feitas por amor, pois ainda não há como viver de teatro em Imperatriz.

E através da irreverência e do humor ¨escrachado¨, como eles próprios denominam, foram conquistando aos poucos seu espaço e um grande público: “Uma luz que buscamos para fazer teatro em Imperatriz foi a comédia”, diz Rogério. O forte uso do regionalismo é uma as principais marcas da companhia, explica o diretor-geral. “O nosso maior foco é a regionalização do texto”.

As fortes marcas da companhia também já foram alvos de crítica pela sociedade, mas todas superadas pelo grupo. “O pessoal de Imperatriz é muito preconceituoso, já taxaram o Okazajo como companhia de bichinhas!”, dispara Rogério, indiferente aos comentários negativos, mas receptivo às críticas construtivas, que apontem as falhas e sugiram melhorias.

A companhia reapresentou no último fim de semana (25 e 26) a primeira peça estreada pelo Okazajo, escrita por Rogério há 8 anos. Trata-se do espetáculo “A casa”, que aborda com humor as mazelas sociais de uma mãe solteira com vários filhos problemáticos em um bairro pobre de Imperatriz. A nova versão da peça é menos escrachada, mais atual e ganhou novos personagens.

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