quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dança do Lindô marca primeira noite cultural no IV Simpósio de Comunicação














Por Geovana Frasão

Na Primeira noite cultural do IV Simpósio de Comunicação, o Projeto Comcultura levou ao pátio da Ufma um dos mais tradicionais grupos folclóricos de Imperatriz, o Batalhão Real, liderado por Dona Francisca do Lindô.

Dona Francisca é moradora do bairro Santa Inês e a dança do Lindô é praticada e difundida por ela há mais de três décadas, tanto que com o passar do tempo tornou-se um complemento do seu nome, sendo conhecida em toda a região pelo trabalho e dedicação com que propaga e divulga a cultura do Lindô.

Os dançarinos são todos familiares de dona Francisca. Filhos, netos, genros e noras, perpetuam a tradição aprendida por Francisca ainda na infância.

José Regivaldo, filho da mestra, dança desde criança e afirma “ter muito gosto pelo ensinamento da mãe”. Regivaldo diz ainda que o grupo realiza muitas apresentações na cidade e nos arredores. “Muita gente gosta da dança, é muito bom quando as pessoas valorizam. Infelizmente tem gente que discrimina acha que é macumba, mas aqui na Universidade foi muito bom, porque eu nunca tinha visto as pessoas entrarem na dança como aconteceu, isso me deixou muito feliz, nunca imaginei uma coisa dessa”, confidenciou.

O cd Batalhão Real foi lançado durante o evento. Além de composições típicas do lindô apresenta também a mangaba, outro ritmo característico do grupo. A apresentação ao vivo de dona Francisca e seu grupo empolgou o público presente, que não se conteve e entrou na roda. O gingado envolvente atraiu a comunidade acadêmica que respondeu com muitos aplausos à apresentação.

A estudante de jornalismo Carla Dutra comenta sobre a importância de eventos como este para a academia. “Geralmente se conhece pouco sobre a cultura local e uma iniciativa como esta de trazer à Universidade algo que fica ‘distante’ de nós, chama muito a atenção porque nos mostra o quanto não conhecemos o que nossa cidade tem pra oferecer”, analisa.

Dona Francisca canta, toca e ainda orienta os brincantes. O tempo todo gesticula, organiza e observa cada momento da dança.

A estudante e pesquisadora Lúcia Pacheco acompanha o trabalho de Francisca do Lindô e diz que ficou muito surpresa com a interação do público com os dançantes. “Me surpreendi, não esperava que isso fosse acontecer. As pessoas interagiram de maneira não forçada, de brincadeira foram entrando e de repente tomaram a roda”, confessa. A pesquisadora ainda comenta a importância da iniciativa que segundo ela é uma oportunidade das pessoas conhecerem outros movimentos culturais diferentes dos oferecidos pela mídia.

Francisca do Lindô relata que a dança é própria do período da quaresma, mas durante todo o ano acontecem os ensaios e apresentações. “No início quando chegou ao Brasil, a nome era dança do lindo, com o tempo ficou dança do lindô. Primeiro chegou na cidade de Caxias e quando eu mudei pra Imperatriz eu trouxe a dança. Isso já tem mais de trinta anos”, explica. Essa foi a primeira apresentação depois que ficou viúva há um ano, dona Francisca fala com carinho dom marido que não queria que ela deixasse de fazer a dança que gosta tanto, e alega ter sido muito boa a noite e os aplausos dos presentes.

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